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"THE LAST DANCE"

Analogia entre Desporto e Gestão.

Que lições tirar para o mundo empresarial?

A grande paixão e prazer que tive em jogar basquetebol, deve-se em grande parte a esta equipa dos Bulls e a Michael Jordan.

No seu percurso fantástico, a ESPN relata nesta série, alguns dos principais acontecimentos, e que tentarei ao longo dos 10 episódios estabelecer algumas analogias entre o desporto e a Gestão, e retirar e partilhar algumas lições que me vão merecendo maior atenção, e que cada um poderá enquadrar e aplicar na sua realidade.     

Gostaria de obter a vossos comentários sobre a série e sobre a minha opinião e artigo.

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THE LAST DANCE - EPISÓDIO #10:

Um episódio marcado pela analogia à mentalidade vencedora, à gestão de conflitos, a equipas comprometidas e à gestão de equipas.

O 10º e último episódio de “The Last Dance” foi o mais direto da série, sem grandes avanços e recuos no tempo. Este episódio focou-se essencialmente nas finais de 1998 e na pós-conquista do título.

ACONTECIMENTO: Jordan comenta por que razão haveria de pensar num lançamento que ainda não fez.

ANALOGIA: O foco e a mentalidade vencedora que temos de ter para alcançar o sucesso.

Na fase inicial do episódio, é destacada a mentalidade vencedora de Michael Jordan. O próprio documentário refere que existem muitos jogadores que pensam demasiado no fracasso, no erro e que Jordan se diferencia, uma vez que não permite que coisas que ele não controla, lhe ocupem a cabeça. O seu foco e a capacidade mental é de tal forma elevada e vencedora que o tornou um jogador extremamente forte a nível técnico, mas acima de tudo a nível mental.

Qualquer profissional, que consiga ter uma postura otimista e mentalmente forte, conseguirá encarar os desafios, as dificuldades, as contrariedades de uma forma muito mais eficaz do que trabalhadores pessimistas e mentalmente instáveis.

 

ACONTECIMENTO: Rodman falta ao treino, para participar numa atividade de Wrestling e regressa no treino seguinte.

ANALOGIA: A gestão do conflito e uma gestão muito especial de um ativo com características muitos próprias.

Após um dos jogos das finais, Dennis Rodman faltou a um dos treinos dos Bulls e foi participar numa atividade de Wrestling, sem avisar e sem autorização. Todo o grupo ficou incrédulo e a pressão da comunicação social foi enorme. Dennis Rodman foi multado, no treino seguinte apresentou-se ao trabalho e no jogo seguinte teve uma boa performance, contribuindo para a vitória da equipa. Numa qualquer outra equipa e o mais esperado é que o treinador o afastasse do grupo e tivesse um castigo mais exemplar. Mas quem geria estas situações era Phil Jackson, e fazia-o de forma eficaz, mas pouco convencional ou habitual. Phil geria de forma fantástica os conflitos internos, e neste contexto, a própria equipa também tinha um entendimento e compreensão especial com Rodman.

Nas organizações, também existem conflitos, mas estas situações não acontecem bem assim. O mais comum é ver as chefias, os líderes e as organizações a recorrer a castigos, punições e processos disciplinares em casos de incumprimento grave. Apenas em condições muito próprias e perante chefias, trabalhadores e circunstâncias especiais, existe enquadramento para um entendimento e compreensão perante este tipo de incumprimentos. A gestão de conflitos é extremamente importante, principalmente em casos como este, para que por um lado para não fique a ideia de impunidade e por outro para não comprometa os objetivos do grupo.

 

ACONTECIMENTO: Por lesão nas costas, Scottie Pippen joga o último jogo das finais em enormes dificuldades.

ANALOGIA: A importância de ter trabalhadores comprometidos com os objetivos da empresa.

No início do 6.º jogo das finais, Pippen agravou a lesão que tinha costas, limitando-o para o resto do jogo. Pippen foi diversas vezes ao balneário para realizar tratamento, massagem e estimulação elétrica. Era notório que cada vez que estava em campo, apresentava-se com enormes dores e limitações físicas, mas o comprometimento de Pippen, com Jordan e com a equipa era enorme, acedendo ao pedido de Jordan para tentar jogar e se tentar manter em campo porque a equipa precisava dele. Pippen foi até ao fim, dando o seu esforço pela equipa e contribuindo para a vitória e para a conquista do título.

Nas empresas, as grandes equipas são feitas de trabalhadores assim, ligados e comprometidos com os objetivos e com o grupo de trabalho. Quem faz ou já fez parte de equipas assim, sabe o quão satisfatório e importante é ter um grupo com elementos que dão tudo pela empresa e pelos seus objetivos, e quanto isso tem um efeito contagiante para o resto do grupo.

 

ACONTECIMENTO: No final da época, a fantástica equipa dos Bulls foi incompreensivelmente reestruturada, tal como comunicado no início da época por Jerry Krause.

ANALOGIA: Como se comunica a uma equipa de trabalho que não continuará a exercer as suas funções, mesmo antes de saber a sua performance?

O jogo 6 das finais de 98 foram mesmo a última dança. No entender da equipa, da generalidade da crítica e principalmente dos adeptos, Jerry Krause, tomou um decisão incompreensível no início da época, ao comunicar a Phil Jackson que não iria continuar no comando da equipa. Certamente não previa que Jordan não estivesse disposto a continuar nessas circunstâncias, e que nesse caso, a reformulação total da equipa era inevitável.

Jackson não queria continuar a trabalhar com Krause e vice-versa. Krause estava decidido a reconstruir e Jackson diz que era um bom momento para sair.

Jordan defendia e referiu-o no final do episódio que até hoje não entendeu a decisão que foi tomada. Para ele seria justo defenderem aquilo que conquistaram, e acha que o podiam ter feito por mais uma época, se Krause e Reinsdorf o tivessem tentado. Refere mesmo que é “enlouquecedor” porque sentiu que poderiam ter conquistado o 7.º título e isso não lhes foi permitido.

Relacionando este tema às empresas, e não colocando o foco na tão falada irracionalidade da decisão de Krause, chega-se à analogia de que todas as equipas têm um fim, até mesmo as grandes equipas. Também nas organizações, as equipas são feitas de começos e recomeços, de entradas e saídas, ou seja a reformulação de equipas nas organizações tem de ser encarada como parte do processo de evolução, e que nada dura para sempre. O que não se costuma ver, é a reformulação completa de equipas de trabalho, principalmente quando apresentam resultados excelentes, quer sejam ao nível de uma equipa de vendas, de uma equipa operacional, ou até uma equipa de back-office.

 

Terminado este fantástico documentário, e em jeito de conclusão, uma analogia deste documentário é a certeza de que para tudo na vida e nas organizações, vai ter uma última dança.

Obrigado Jordan,

Obrigado Bulls,

Obrigado ESPN,

“Obrigado” Krause …

André Teixeira (22.05.2020)

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THE LAST DANCE - EPISÓDIO #9:

Um episódio marcado pela analogia à concorrência, às relações laborais, ao “sentir a camisola” e à confiança que temos nos outros.

ACONTECIMENTO: Reggie Miller confrontava Michael Jordan como poucos o faziam.

ANALOGIA: Importância de analisarmos e “olharmos” de frente a concorrência, de forma a atingirmos os nossos objetivos.

O início do episódio, mostra a forma dura como ambos os jogadores se confrontavam. Ambos tinham o mesmo objetivo, que passava por serem campeões. Jordan dominava e era a figura da NBA, mas Reggie Miller sabia que o melhor caminho, não era aceitar o seu 2.º plano, mas sim ir à luta e mesmo sabendo que seria difícil, tentar alcançar o seu objetivo.

Nos negócios e nas empresas, e em muitos mercados a concorrência é enorme. Muitas vezes temos outros players no mercado que dominam e têm uma posição vantajosa em relação à nossa, mas a postura de quem é ambicioso e luta por objetivos, terá de passar por analisar muito bem de que forma nos conseguimos diferenciar da concorrência e conquistar mercado. Foi o que Reggie Miller fez e embora não tenha conseguido o sucesso por completo, bateu-se bastante bem e conseguir forçar o jogo 7 aos Bulls, e por muito pouco não passaram às finais.

ACONTECIMENTO: Jordan olhava para o seu chefe de segurança como um protetor, mas não só.

ANALOGIA: O papel das relações laborais e a importância que devemos dar a todos os trabalhadores, dentro de uma organização.

Gus era o chefe da equipa de segurança de Michael Jordan. Tinha uma idade já avançada e era um ex-elemento da polícia de Chicago. Ao longo do tempo, e fruto da proximidade entre ambos, próprio deste tipo de trabalho, foram desenvolvendo uma relação afetuosa que ia para além do simples trabalho. Jordan olhava para Gus, como um verdadeiro protetor, que após a morte do seu pai, ganhou um efeito paterno. Jordan referiu neste episódio que Gus o inspirava, que se davam extremamente bem e que se apoiavam mutuamente, ao nível profissional, mas também pessoal.

Também nas organizações, existem funções que tendencialmente são mais desvalorizadas ou não lhes é dada a devia atenção e importância. Por vezes, verifica-se que as funções de menor “visibilidade” ou suposta “importância”, serem um pouco “descriminadas”, tais como as pessoas da limpeza, os porteiros, as pessoas das receções, as pessoas com menor formação. Em organizações em que o nível de qualificação dos trabalhadores é maior, também existe por vezes uma tendência dos relacionamentos e proximidade ser mais intensa entre trabalhadores com as mesmas funções, com os mesmos níveis hierárquicos ou com níveis de formação semelhantes. A analogia neste caso é a importância e a valorização da atitude de Michael Jordan de ter criado uma relação bastante próxima com alguém que tinha uma função muito diferente da dele, aparentemente secundária e de “menor valor” no contexto global do grupo. A empatia e boas relações laborais dentro das organizações, não devem olhar a funções, importâncias, níveis de formação ou graus hierárquicos. Todos fazemos parte do mesmo barco, e se criarmos empatia e laços fortes, o barco também ficará mais forte…

 

ACONTECIMENTO: Após suspeitas de envenenamento, vómitos e febre, Jordan vai a jogo e faz enorme exibição.

ANALOGIA: Vantagem de ter trabalhadores que vestem a camisola e fazem esforços pela sua empresa.

Estávamos nas finais de 97. Os Bulls lutavam pelo seu 5.º título e Utah lutava pelo seu 1.º. Estávamos na véspera do 5.º jogo, à noite, no hotel e Jordan pediu uma pizza para o quarto, sendo único a comer. Teve uma intoxicação alimentar, havendo suspeitas de tentativa de envenenamento. Jordan passou a noite a vomitar, dores no corpo, chegou a ter febre e a estar a soro. Apesar de fraco e desgastado, e apesar das tentativas da mãe o impedi-lo de jogar, foi a jogo. Dos 48minutos, apenas descansou 4, marcou 38 pontos e apesar de se sentir exausto e sem forças, à medida que o jogo se aproximava do final, a sua preponderância no jogo foi cada vez maior, Os Bulls acabaram por vencer o jogo.

A analogia que faço desta situação, é a enorme diferença entre a atitude de alguém que claramente não estaria em condições de ir trabalhar, ou seja, ir a jogo e mesmo assim o fez, e a atitude de muitos trabalhadores que quando confrontados com alguma contrariedade ou limitação física ou de saúde, faltam, ausentam-se ou colocam de imediato baixa. Não está em causa o seu direito de o fazer, nem defendo que os trabalhadores devam colocar em causa a sua saúde, mas em alguns destes casos a que me refiro e que todos conhecemos, alguns trabalhadores não fazem o mínimo esforço em prol da empresa. Muitos não equacionam sequer que constrangimentos serão causados pela sua ausência. No meu entender, em muitos casos o trabalhador não “veste a camisola”, não sente a missão da empresa, não se preocupa no papel que ele próprio terá para a realização de determinado trabalho que tem de ser feito, algum objetivo que tenha de ser alcançado, tal como Jordan o fez neste caso. Nas empresas é muito importante criar condições para que os trabalhadores, sintam o papel que têm na organização e a importância que têm para os objetivos que estão definidos. Claro que esta temática das motivações de cada um, levanta umas quantas outras questões e variáveis, nomeadamente as posturas das entidades patronais, que não conseguimos e não é oportuno abordar aqui.

 

ACONTECIMENTO: Numa fase decisiva das finais, Jordan preparou e confiou Kerr para um ataque e lançamento crucial.

ANALOGIA: A importância de confiarmos em quem trabalha connosco.

Nas finais de 97, estávamos num desconto de tempo, nos últimos minutos do 6.º jogo que poderia dar o título aos Bulls. Numa fase do jogo em que a pressão e risco de falhar aumenta, habitualmente as decisões recaem sobre os jogadores com maior preponderância e normalmente era Jordan. Nesse desconto Jordan, antevendo uma maior marcação, confiou em Kerr e preparou-o para ser ele a fazer o lançamento que seria decisivo. Jordan estava a fazer o que habitualmente não faz, ou seja, dar a bola a outro jogador para ser ele a decidir. Kerr decidiu, decidiu bem e aumentar a confiança que tinham nele.

Nas empresas, e criando analogia a esta situação, existem 2 pontos importantes na confiança que temos uns nos outros. Se por um lado é importante olhar para quem connosco trabalha e sentirmos confiança em solicitar-lhe um trabalho importante, delegando uma tarefa, também é importante quem trabalha em equipa se capacitar e estar preparado para que no momento certo, aproveitar as oportunidades que lhes sejam dadas, e nestes casos, só aproveita e corresponde, quem está preparado e cumpre com o que lhe é pedido.

André Teixeira (20.05.2020)

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THE LAST DANCE - EPISÓDIO #8:

Um episódio marcado pela analogia à auto-motivação, às regras e disciplina organizacional e à capacitação individual e das equipas.

ACONTECIMENTO: Michael Jordan ia constantemente buscar motivação a todo o lado para se superar.

ANALOGIA: A importância de elevarmos os nossos índices de auto-motivação e os de toda a empresa.

- Existem muitas histórias excelentes de Michael Jordan que envolvem jogadores adversários e no erro que cometiam quando o picavam e em que rapidamente se arrependiam de o fazer. Este episódio destacou alguns deles. Jordan encarava esses momentos de confrontação e picardia como uma afronta e quase sempre respondia de forma avassaladora dentro do campo. Desde uma “simples” derrota, a um comentário de um jogador ou treinador adversário, a um confronto perdido, a alguém que não o cumprimentava, a alguém de dizia que determinado jogador era bom defensor, até à troca do n.º da sua camisola, tudo era motivo para Michael Jordan, ganhar uma motivação extra para determinado jogo. Foram várias as histórias de Jordan, em que de uma simples situação, se “enfurecia”, se motivava para responder desportivamente e aumentar a sua performance.

- Também nas nossas profissões e nas empresas, em diversas situações necessitamos de nos auto-motivar, de ganhar foco e energia para encarar uma determinada situação, uma determinada fase, ou um determinado objetivo. Nem sempre temos alguém que nos motive e nessas situações temos que ser nós próprios a procurar a motivação. Este é um ponto que ganha ainda mais importância para quem lidera ou gere equipas, uma vez que não se lidera bem se não transmitirmos motivação e não contagiarmos quem nos rodeia. Jordan motivava-se a si próprio e levava a equipa consigo.

 

ACONTECIMENTO: Steve Kerr, colega de Michael Jordan, confronta-o no treino e mostra a sua personalidade.

ANALOGIA 1: Existem situações em que de forma respeitosa, devemos marcar a nossa posição.

ANALOGIA 2: Disciplina deve estar acima de qualquer elemento do nosso grupo de trabalho.

- Num determinado treino, Jordan e Kerr jogavam em equipas opostas e defendiam-se mutuamente. Bem ao jeito de Jordan, que gostava de duelos rasgadinhos, a determinada altura, desentende-se com Kerr, chegando mesmo a trocarem agressões entre ambos. Tudo porque Jordan estava a ser excessivamente agressivo quando defendia. Steve Kerr após diversas situações, partiu para cima de Jordan, mostrando indignação e insatisfação pelo seu comportamento, o que levou Jordan, num momento irrefletido a agredi-lo. Phil Jackson, não admitiu tal comportamento e expulsou-o do treino. Sim, expulsou Michael Jordan.

- A primeira analogia que faço é relativamente ao enquadramento com a necessidade de por vezes, termos de marcar a nossa posição, seja através de mostrarmos a nossa insatisfação, seja por darmos uma opinião contrária, ou por noutra qualquer situação. Se estas posições forem feitas de forma respeitosa, no momento certo e com o devido enquadramento, a probabilidade de ganharmos respeito com os envolvidos aumenta e isso é extremamente importante nas relações laborais. Foi o que Steve Kerr fez, ao ponto de MJ reconhecer o erro e referir que a partir desse momento, Kerr ganhou o seu respeito e passou a relacionar-se melhor com ele.

- A outra analogia é que nas organizações, ninguém está acima da disciplina e das regras. Sabemos que a função de cada um, a experiência, a preponderância, os anos de casa, por vezes dão algum estatuto a alguns trabalhadores, criando um género de hierarquias “invisíveis”. No entanto, esse estatuto nunca pode colocar em causa o respeito por todos e pelas regras internas, mesmo que se trate de uma chefia ou de um dos trabalhadores mais reconhecidos. Assim foi com Michael Jordan. Apesar de todo o seu estatuto, o líder do grupo (o seu treinador), deu-lhe ordem de expulsão perante todos os seus colegas, marcando uma posição e deixando clara a mensagem da importância e respeito entre todos.

 

ACONTECIMENTO: Após 18 meses de afastamento, Michael Jordan regressa aos Bulls e percebe as mudanças físicas do seu corpo.

ANALOGIA: Por vezes não temos todas as competências, mas devemos identificar as que são fundamentais para atingir o sucesso.  

- No regresso à NBA, Jordan entra na equipa a meio da temporada, com vários colegas novos, chega a ter excelentes desempenhos, mas acabam por ser eliminados nos playoffs pelos Orlando Magic. O ritmo e capacidade de Jordan não estavam no seu melhor.

Com a sua experiência no Basebol, e por todas as diferenças entre os dois desportos, Jordan passou a desenvolver outro tipo de músculos e características físico-motoras próprias daquela modalidade. No entanto, no seu regresso à NBA e aos Bulls, Jordan percebe que perdeu algumas características e algumas competências mais desenvolvida no basquetebol. Após a derrota nos playoffs, Jordan começou a preparar-se para a próxima época, chegando ao ponto de treinar diariamente com outros jogadores da NBA, num pavilhão improvisado nas instalações onde estava a ser filmado o filme Space Jam. O seu objetivo era claro: capacitar-se para regressar em grande.

- Todos nós, nas diversas funções que desempenhamos, sentimos a necessidade de ir desenvolvendo competências consoante as circunstâncias que nos permitam aumentar a nossa capacidade e performance. Para isso muitas das vezes temos que realizar esforços extras. O que acontece individualmente connosco, verifica-se com as nossas equipas, onde constantemente se deve identificar os seus pontos mais débeis ou menos fortes, e realizar ações que permitam às equipas ganhar determinada competência e melhorar o seu desempenho na organização.  

André Teixeira (17.05.2020)

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THE LAST DANCE - EPISÓDIO #7:

Um episódio marcado pela analogia às Vendas, à Mentoria e Consultoria, e à saída de Michael Jordan da NBA.

 

ACONTECIMENTO: Michael Jordan refere a época regular é importante mas são os Play-offs que interessam.

ANALOGIA: A consciência de que todo o processo é importante, mas é no fecho da venda que se atinge o sucesso.

O campeonato da NBA inicia com uma longa fase regular, em que as equipas fazem aproximadamente 80 jogos, e termina com uma fase final dos Play-offs onde se define o campeão. Na fase inicial do episódio, Jordan refere que os Play-offs é onde todo o jogador quer estar, como sendo o auge competitivo. Para ele, os play-offs era o que o motivava e que lhe aumentava a concentração e o foco, pois é o momento onde as decisões contam mais do que nunca para se chegar ao título de campeão.

Por analogia aos negócios, comparo esta situação ao processo e por vezes difícil percurso que as empresas têm de percorrer, desde a criação do produto, à constituição de um grupo de trabalho, aos processos administrativos e produtivos, às negociações, até se chega o momento da venda. Um momento, em que em muitas circunstâncias, as empresas não chegam a acordo com os clientes e não alcançam o fecho da venda. O lucro através das vendas (tal como os play-offs numa temporada), torna-se o grande objetivo do ano, com o alcance dos objetivos anuais de vendas, tornando-se como se da conquista de um título se tratasse.

 

ACONTECIMENTO: Michael Jordan tinha uma relação próxima com o seu Pai e importante para o seu percurso.

ANALOGIA: O papel que mentores, consultores, coaches têm no percurso das empresas, gestores e empresários.

James Jordan, pai de Michael Jordan, era o pilar da família. Teve ao longo do seu percurso e carreira, um papel fundamental na orientação, nas suas decisões e no seu equilíbrio mental. Tinham uma relação extremamente próxima e para Jordan o pai era um otimista, um amigo, um conselheiro, um mentor, um confidente. Foi alguém que o acompanhou lado a lado nas várias fases da sua carreira, nas suas decisões, funcionando como a voz da razão que o foi motivando e desafiando. Michael Jordan refere ainda que aprendeu com o pai a pegar nas coisas negativas e a tentar transformá-las em positivas.

A analogia que faço com as empresas, é a relação e o papel que as empresas e os seus gestores têm com mentores, consultores e coaches. Estes profissionais funcionam muitas vezes como conselheiros e parceiros. Têm a função de ajudar a ultrapassar obstáculos, a definir a estratégia, o caminho e em muitos casos, fazer esse caminho juntamente com as empresas. Tendencialmente, alguém externo à empresa, distanciado das visões “viciadas” do que nos rodeia, analisa os diversos cenários de forma mais fria, e ajuda as empresas no aconselhamento, identificação de soluções e apoiando nas decisões.

 

ACONTECIMENTO: Diversos ex-colegas de equipa reconhecem que era difícil trabalhar com Jordan, mas que trazia resultados.

ANALOGIA: Para se estar ao melhor nível e atingir as melhores performances, é fundamental o alinhamento da ambição e da dedicação de todos os elementos de um grupo de trabalho.

Quem acompanhou a carreira de Michael Jordan ou viu até aqui os episódios da série, percebeu que Jordan jogava para ter resultados. Ele treinava e jogava, para competir e ganhar. MJ percebeu também que só conseguiria ganhar muitas vezes, se quem estivesse com ele na equipa, treinasse e jogasse (tentasse) ao seu nível. Ao seu nível de exigência, de foco, de dedicação, de profissionalismo. Para o alcançar, Jordan exercia uma enorme pressão sobre os colegas, muitas vezes não usava os melhores métodos e ultrapassava algumas vezes os limites. A obsessão por ajudar os colegas a prepararem-se para chegar ao play-offs e ganhar era tão grande que criava alguns conflitos internos. Jordan refere que, quem não tivesse a mentalidade de ganhar, e quem não quisesse estar ao máximo nível, não poderia estar ali. Os colegas para além de reconhecerem que era difícil trabalhar com ele, reconhecem de seguida que ele fazia com que cada jogador melhorasse o seu nível de jogo. O método utilizado por Jordan para exigir o máximo dos colegas poderia não ser o mais amigável, mas os resultados toda a gente ficou a saber…

Estabelecendo uma relação com a gestão empresarial, reconhece-se que quando estamos num mercado cada vez mais concorrencial e mais exigente, em que tem de se dominar o máximo de variáveis possíveis para se estar à frente da concorrência ou para entregar mais valor ao cliente, é fundamental que tenhamos verdadeiros profissionais na nossa equipa. Ter profissionais que conheçam claramente quais os objetivos a atingir, que sejam exigentes consigo próprios e que deem o máximo pela sua empresa. Sabemos que, num grupo de trabalho, é difícil colocar o ambição e a dedicação de todos ao mesmo nível, principalmente quando os objetivos são elevados e desafiantes, e nestes casos, ninguém gosta de olhar para o lado e ver alguém a relaxar. Michael Jordan também não gostava…

 

ACONTECIMENTO: Michael Jordan decide deixar de jogar e retirar-se da NBA.

ANALOGIA: Quando não somos felizes onde trabalhamos, devemos equacionar procurar um novo desafio.

Michael Jordan, passou uma temporada “debaixo de fogo”. O sucesso e ascensão de Jordan estava a ser atacado por vários lados, pelos Media, por críticos, pelas insinuações de estar associado ao jogo e apostas ilegais, por idas a tribunais, etc. Jordan estava cansado e dava sinais de insatisfação. A morte do seu pai foi a gota de água que o levou a tomar a decisão de sair da NBA e de mais tarde, iniciar a sua experiência como jogador de Basebol. Jordan referiu neste episódio que já não se sentia motivado, desafiado para continuar.

Também nas organizações, nem sempre nos sentimos felizes, motivados e satisfeitos. Quando assim acontece devemos fazer esforços para perceber os motivos, perceber se é uma fase menos boa, tentar o diálogo e ajustar o que for necessário para que a motivação volte e sejamos pessoas felizes, a fazer o que fazemos e onde fazemos. Só com motivação e satisfação, poderemos ser melhores profissionais e bons colegas de trabalho. Defendo que, apenas depois de esgotadas todas as tentativas para inverter o cenário, se deverá ponderar uma mudança e procurar um novo desafio e um novo projeto, convictos do passo que estamos a dar.

André Teixeira (14.05.2020)

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THE LAST DANCE - EPISÓDIO #6:

Um episódio marcado pela exposição de um lado menos positivo da carreira de Michael Jordan, e pela continuação das suas conquistas.

 

ACONTECIMENTO: Jordan é alvo de um ataque e pressão por parte dos Media, contribuindo para alguma da sua desestabilizarão e também da equipa.

ANALOGIA: A importância de ter um grupo mentalmente forte e focado para alcançarmos os objetivos.

Em 1992, era o ano em que os Bulls queriam atingir o 3.º título consecutivo. Michael Jordan afirmava-se cada vez mais como a figura da NBA e foi nesta fase que começaram a surgir inúmeros focos de desestabilizarão. É lançado um livro “Jordan Rules” por Sam Smith, que relata e dá a conhecer uma faceta menos conhecida de Jordan, desde a agressividade e exigência excessiva que tinha com os colegas de equipa, desde o vício do jogo e das apostas a dinheiro, até algumas fugas de informação de dentro do clube. Tudo era motivo e contribuía para o tentar desestabilizar e também à equipa. Pessoas próximas de Jordan, afirmavam mesmo que a pressão de que estava a ser alvo, estava a esgotá-lo e que na altura temia-se que viesse a abandonar a modalidade, de forma a evitar toda aquela exposição.

Acontece que Phil Jackson era um enorme líder e uniu o grupo à volta dos objetivos que tinham. Apesar de todo o desgaste, Michael Jordan respondia dentro de campo, Nas Finais de conferência, contra os Knicks, Jordan mostrou toda a sua capacidade e força mental, levando a equipa a mais uma final da NBA.

Criando uma analogia, também nas empresas existem diversos focos de desestabilizarão. Nem sempre as equipas são unidas, nem sempre o ambiente organizacional é favorável, mas quando se têm verdadeiros líderes e vozes de comando dentro da empresa, que orientam os grupos de trabalho em fases de menor alinhamento, a possibilidade de sucesso aumenta e os objetivos tornam-se mais alcançáveis.  

 

ACONTECIMENTO: Em vésperas de iniciarem as Finais Phil Jackson autoriza a equipa a ir jogar Golf.

ANALOGIA: Os prémios e os momentos de descompressão são fundamentais para a gestão do stress, da motivação e união de um grupo de trabalho.

Depois da dura e desgastante final de conferência contra os Knicks, debaixo de sucessivas acusações e exposição da vida de Michael Jordan e dos seus vícios, a equipa dos Bulls estava a poucos dias de iniciar as Finais da NBA contra os Phoenix Suns de Charles Barley. Em circunstâncias “normais”, os dias que antecedem as finais são dias de treino, de visualização de vídeos e de concentração. Mas desta vez, Phil Jackson fez diferente. Decidiu deixar a equipa ir para um centro de Golf, relaxar e descontrair. O resultado, mais uma vez foi o que se pretende para um grupo trabalho que lideramos: agradecimento, foco e concentração redobrada de toda a equipa.

Nas empresas, os grupos de trabalho não devem ser geridos sempre da mesma forma. Cada circunstância exige que o seu líder, faça a devida leitura e tome as melhores decisões. Existem momentos que requerem maior firmeza, maior foco, mais exigência, máximo rigor e concentração, e existem circunstâncias, que fruto de se ter atravessado uma fase de maior trabalho, maior exigência, maior desgaste ou se tenha alcançado um objetivo, que requerem momentos lúdicos, de descontração e momentos que permitam fortalecer o espírito de grupo. Normalmente o resultado destas abordagens e forma de gestão das equipas são os que mais se esperam, ou seja, maior motivação, produtividade, comprometimento futuro.

André Teixeira (10.05.2020)

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THE LAST DANCE - EPISÓDIO #5:

Um episódio marcado pelo testemunho de Kobe Bryant, pela história das sapatilhas Air Jordan e pela jogada de Marketing da NBA.

 

ACONTECIMENTO: Kobe Bryant reconhece a importância de Michael Jordan na sua carreira.

ANALOGIA: A importância que por vezes outros colegas ou chefias têm da aprendizagem e evolução de um trabalhador.

 

Quem acompanhou a fantástica carreira de Kobe Bryant, reconhece nas suas caraterísticas ou no tipo de movimentos que realizava, enormes semelhanças com Michael Jordan. De fato, foi possível ver neste episódio, Kobe a reconhecer a importância que Michael Jordan teve no seu percurso, quer como ídolo, quer nos movimentos que tentava aprender ao vê-lo jogar. Curioso o episódio que aconteceu no jogo "All-Star Game" (1998) em que numa das pausas do jogo, Kobe aproveitou para o questionar Jordan e esclarecer algumas dúvidas que tinha sobre um dos seus movimentos. Jordan, que via em Kobe qualidades para vir a ser o seu sucessor na NBA, respondeu à questão, e segundo Kobe com bastante detalhada. Esta relação entre Jordan e Kobe, cresceu ao ponto de se tornarem bastante próximos.

Uma das declarações mais marcantes de Kobe: “O que fiz aprendi com ele. Ajudou-me e aconselhou-me muito.”

A relação que se estabelece com as vidas profissionais de tantos trabalhadores, independentemente dos setores ou graus académicos, é que em muitas circunstâncias, existem colegas, chefias, parceiros, que são de tal forma exemplo, que acabam por ser inspiradores e transmitir experiência e conhecimento, influenciando positivamente o seu trabalho e forma de estar ao longo da sua vida profissional.

Devemos sempre tentar aprender e ensinar com quem nos rodeia e trabalha connosco.    

ACONTECIMENTO: A Adidas gostava de assinar contrato com Michael Jordan, mas justificou que não tinha sapatilhas para ele.

ANALOGIA: Nos negócios, há circunstância que por vezes nos obrigam a decisões difíceis, mas há oportunidades que não aparecem 2 vezes.

 

Em 1984, o agente de Michael Jordan apresentou-o à marca Converse (marca oficial da NBA nessa altura) para tentarem um acordo. No entanto, nessa altura a marca tinha acordos com Magic Johnson e Larry Bird, que eram as figuras da NBA. Michael Jordan tinha preferência pela Adidas, mas a decisão da marca foi de impossibilidade de realizar contrato, justificando que não tinham sapatilhas para ele. Após alguma resistência, Jordan aceitou reunir com a Nike, acabando por assinar um contrato durante 4 anos, por valores bem acima do que se considerava aceitável para um jogador acabado de chegar à NBA. A Nike criou a sua própria linha de sapatilhas, as famosas “Air Jordan”. A previsão na altura era de faturar 3 milhões de euros em 4 anos, mas logo no 1.º ano, a Nike faturou 126 milhões com este contrato.  

O que aconteceu no caso da Adidas e da Nike, acontece com frequência em muitas empresas, mesmo que em escalas diferentes. Por vezes, surgem oportunidades de negócio, de investimentos, de contratações que levam empresários e gestores a tomar decisões, que estão convictos serem as mais corretas. Acontece que existem muitos fatores que contribuem para boas decisões, tais como, estar na posse da melhor informação, estar preparado para assumir riscos, ou até ter a capacidade de avaliação e visão do mercado. A Adidas é uma marca enorme, mas certamente seria muito maior e não teria hoje um concorrente tão poderoso (Nike), se a decisão em 1984 tivesse sido outra…    

ACONTECIMENTO: Dream Team brilhou em Barcelona, foi campeã olímpica, impulsionando ainda mais o basquetebol e a NBA na Europa.

ANALOGIA: O Dream Team foi entre muitas outras coisas, uma enorme jogada de Marketing da NBA.

Habitualmente os jogadores que representavam a equipa de basquetebol dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos, não eram os jogadores de 1.ª linha da NBA. No entanto, para os Jogos de Barcelona, a NBA decidiu convidar e convocar os principais jogadores da liga, dando origem à criação da mais forte equipa norte americana de sempre que participou nuns Jogos Olímpicos. O que aconteceu a seguir, foi a criação de uma equipa recheada de vedetas, que abrilhantaram a competição, a modalidade, encheram pavilhões e tornaram ainda mais forte a relação com os amantes da NBA, em especial os da Europa.

A constituição desta equipa foi para além do sucesso desportivo, uma enorme estratégia de Marketing para a promoção da NBA, uma vez que conseguiu levar para a Europa as suas principais vedetas, tornando-se numa enorme promoção da liga, valorizando a competição, os seus jogadores, o valor dos direitos das transmissões televisivas das épocas seguintes, etc….

Nas empresas, a estratégia de Marketing assume cada vez mais um papel fundamental, para criar a comunicação e interação necessária com o público-alvo, fidelizando os seus clientes e conquistando novos.

André Teixeira (07.05.2020)

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THE LAST DANCE - EPISÓDIO #4:

Um episódio focado em Rodman, Phil Jackson e na conquista do 1.º título de campeão dos Bulls.

ACONTECIMENTO: Dennis Rodman não se juntou à equipa após as 48horas de folga que lhe deram.

ANALOGIA: A importância de avaliarmos as decisões tendo em consideração o impacto nos objetivos e resultados esperados.

Dennis Rodman, como foi demonstrado no episódio anterior, foi um jogador especial que sentia a necessidade de se libertar e nesse sentido pediu autorização para tirar uns dias de férias. Phil Jackson e Michael Jordan deram-lhe 48 horas de folga, com o compromisso de voltar com as energias renovadas e mais motivado. Acontece que Rodman não cumpriu e demorou 88 horas a voltar a juntar-se ao grupo. Após o regresso, Phil e Jordan, apesar de o repreenderem, compreenderam e receberam-no de imediato no grupo, gerando em Rodman um sentimento de agradecimento e ao mesmo tempo de obrigação e compromisso perante a equipa, motivando-o ainda mais.

A analogia para a gestão empresarial é remetida para a gestão de pessoas. O mais usual e “fácil”, numa situação de incumprimento grave por parte de um trabalhador, é castigá-lo, aplicar-lhe algum tipo de processo disciplinar, etc. Geralmente nestes casos, existe um afastamento entre superiores hierárquicos e trabalhador, a que se associa a diminuição da motivação e respetiva produtividade.

No caso dos Bulls, quem tinha de o fazer, não o fez. Certamente, Phil Jackson e Michael Jordan avaliaram o impacto que uma situação de castigo ou afastamento da equipa teria no jogador e nos resultados e objetivos da equipa. Claro que existem inúmeros cenários diferentes nas empresas, e perante cada situação, os gestores devem sempre avaliar o impacto que cada uma das suas decisões irá ter, e se isso jogará a favor ou contra os objetivos do grupo e da empresa.

 

ACONTECIMENTO: Bulls dispensam o treinador Doug Collins e promovem Phil Jackson para treinador principal.

ANALOGIA: A importância da visão estratégica para o sucesso de uma organização.

Phil Jackson era adjunto de Doug Collins, que tinha um modelo de jogo baseado no desenvolvimento de situações ofensivas que potenciassem o rendimento de Michael Jordan. O jogo dos Bulls passava praticamente por Jordan. Havia um modelo de jogo ofensivo do “triângulo” que era defendido por um dos adjuntos da equipa, mas que Collins teimava em não aceitar e implementar, e mantinha o modelo de jogo centrado em Jordan.

Entretanto, Jerry Krause entendeu que para preparar a equipa para ser campeã, teria realizar algumas alterações. A principal alteração realizada foi encontrar um treinador que defendesse um sistema de jogo mais coletivo, onde houvessem mais pontos fortes para além de Jordan. Promoveu Phil Jackson a treinador principal, onde o sistema de jogo veio a ser o tão famoso triângulo ofensivo dos Bulls.

Com esta alteração, o desafio era fazer entender a Michael Jordan que iria ter menos vezes a bola, mas que isso seria positivo para os objetivos que ele tinha, que era ser campeão. Para Phil Jackson, esta foi a chave para o sucesso, pois sem a compreensão de Jordan, seria muito difícil implementar este sistema na equipa. Jordan foi-se concentrando cada vez mais nos seus companheiros, focado em ajudá-los a evoluir e ao mesmo tempo a aumentar a exigência que tinha com cada um deles. Com o tempo, este modelo foi-se consolidando, foram aparecendo outros pontos fortes na equipa e passou a ser mais difícil para as equipas delinearem uma estratégia para travar os Bulls.

Neste caso, a analogia para as empresas é óbvia. Líderes, gestores e trabalhadores devem entender a estratégia da empresa e ter bem claro na filosofia e cultura da empresa, que só com um esforço conjunto de todos, extraindo o contributo de cada um em prol da empresa, se alcançarão os melhores resultados.

Foi desta alteração estratégica de foco do individual para o coletivo, que surgiu a conhecida afirmação de Michael Jordan: “O talento ganha jogos, mas só um trabalho em equipa ganha campeonatos”.  

 

ACONTECIMENTO: Em 1990, após serem derrotados na final de conferência, a equipa dos Bulls não foi de férias e continuaram a treinar no ginásio.

ANALOGIA: A importância de identificar os pontos fracos e definir ações que minimizem ou eliminem essa fraqueza.

Os Chicago Bulls perderam por 2 anos consecutivos com os Detroit Pistons nas finais de conferência. Os Bad Boys como era conhecida a equipa de Detroit, tinha um jogo mentalmente forte, duro e musculado, muitas vezes fora dos limites e que intimidava algumas equipas. Michael Jordan era massacrado fisicamente com a agressividade física que tinham sobre ele, como forma de os derrotarem. Após o 2.º ano consecutivo a serem eliminados dos playoffs pelos Bad Boys, a equipa dos Bulls decidiu que para conseguirem ultrapassá-los, teriam de colmatar uma das suas fragilidades que era a força mental e física da equipa. Nesse sentido, optaram por adiar as férias e começarem a treinar no ginásio a componente física. Exemplo disso, é o caso de Jordan que em alguns meses passou de 90 para 97 Kgs, fortalecendo-se fisicamente para os embates contra os Pistons. Os Bulls prepararam-se para serem uma equipa dura e mentalmente fortes, e no ano seguinte (1991), os Bulls finalmente conseguiram o seu objetivo e eliminaram os Pistons, acabando também por eliminar nas finais os Lakers de Magic Johnson, sagrando-se campeões.

A decisão de colmatar um ponto fraco, é a analogia que se faz neste caso com as empresas. Toda a empresa deve realizar uma análise para identificar os seus pontos fortes e os seus pontos fracos (análise SWOT), e para o caso dos pontos fracos, os seus gestores devem definir ações e medidas que contribuam para que esses aspetos da empresa sejam melhorados, deixem que ser uma fraqueza para que as probabilidades de sucesso possam aumentar.  

André Teixeira (03.05.2020)

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THE LAST DANCE - EPISÓDIO #3:

Um episódio muito focado na história de Rodman e na afirmação de Jordan como uma referência.

ACONTECIMENTO: Dennis Rodman teve 2 anos da sua vida muito duros, e acabou por vencer na NBA.

ANALOGIA: Mantenha o foco, insista, persista e nunca desista.

Dennis Rodman era um jovem conflituoso, que não trabalhava, não fazia nada e acabou por ser expulso de casa pela sua mãe, levando-o a viver durante 2 anos, na rua, em garagens de amigos, etc. Rodman assume neste episódio, que podia ter sido marginal ou traficante, mas o gosto e as idas diárias para o ginásio, acabaram por o safar e por manter longe da vida uma vida menos digna. Daqui para a frente a história de Rodman é contada no episódio, sempre em crescendo na sua afirmação como excelente ressaltador e defensor, acabando por ser um jogador marcante na NBA.

Desta história de Rodman, retiro a importância de nos momentos menos bons da nossa vida profissional ou vida das empresas, mantermos o foco, o equilíbrio e nunca desistirmos de tentar dar a volta por cima, e chegarmos ao sucesso.

ACONTECIMENTO: Os Bulls de Michael Jordan ultrapassam os favoritos de Cleveland e chegam à final de conferência.

ANALOGIA: Por muitas vezes que o sucesso pareça algo inatingível, acredite, mantenha a ambição e supere-se.

Nos playoffs, chegava a vez dos Bulls defrontarem os Cleveland, que tinham bons jogadores e uma boa equipa. Os Bulls tinham Jordan, ainda em ascensão, mas todos davam o favoritismo aos Cleveland Cavaliers. A série era disputada à melhor de 5 jogos, e Michael Jordan conseguiu levar a decisão para o último jogo, marcou perto de 60 pontos, incluindo o último lançamento no último segundo que lhes deu a vitória e acesso à final de conferência. Era mais um passo conseguido na afirmação de Michael Jordan e do trajeto dos Bulls da década de 90.

A analogia que daqui retiro, em jeito de lição é relativo à superação de Michael Jordan e dos Bulls, que perante uma enorme dificuldade e pedra no seu caminho, superaram-se e atingiram a vitória. O sucesso de muitas empresas também é feito de superação, de acreditar, de tirar o melhor de cada um e acima de tudo trabalhar acreditando que é possível atingir os objetivos.

 

ACONTECIMENTO: Dennis Rodman ficou referenciado por ser um jogador “louco”, conflituoso e nem sempre compreendido nos clubes que representou.

ANALOGIATente entender cada um dos seus funcionários, as suas motivações e atitudes, e sempre enquadrável, faça uma gestão individual de cada um deles.

Rodman assumiu neste episódio, que tem noção que foi ele próprio que construiu a imagem de “louco”, mas que sempre trabalhou no duro e que tinha prazer em fazer o trabalho “sujo” das equipas. Esta é a imagem de quem o viu jogar. No seu percurso, independentemente da sua importância nas equipas por onde passou, acabava sempre por ser um incompreendido, por ultrapassar demasiadas vezes os limites, por não respeitar as regras e por destabilizar.

Nos Bulls, ele atingiu uma dimensão diferente. Muitos dizem que Rodman encaixou nos Bulls que nem uma luva e que trouxe à equipa a dimensão física que lhe faltava. Teve a sorte de encontrar 2 líderes que o aceitaram como ele é, que o entendiam e que o respeitavam, e isso deu a Rodman uma motivação e responsabilidade extra. Se Phil Jackson, o entendia e o conseguiu “gerir” bastante bem, Jordan por sua vez, era o líder que todos respeitavam.

Algumas histórias foram relatadas no episódio, mas lembro-me de uma que me marcou e que o episódio não mostrou. Num determinado jogo (não me recordo o adversário), Rodman, ao seu jeito, embrulha-se com vários adversários, com muita confusão, e acaba em descontrolo. Nas várias épocas que o vi jogar, quando Rodman atingia em jogo aquele nível de descontrolo, era quase irrecuperável e acabava quase sempre expulso. Naquele dia foi diferente. Naquele dia, houve alguém que assumiu a liderança, o retirou do meio da confusão, lhe meteu a mão no peito, lhe falou alguns segundos ao ouvido (e como gostaria de saber o que foi dito), e de imediato Dennis Rodman, acalmou e de olhos no chão se dirigiu para o banco. Esse alguém foi Michael Jordan, e era impressionante o respeito que Rodman tinha por Jordan e o respeito mútuo que tinham.

Esta realidade de Rodman nos Bulls, traz em minha opinião uma enorme lição sobre gestão de pessoas. Existem diversas formas de gerir pessoas, e o sucesso dessa gestão pode variar de organização para organização. Podem-se definir as regras, ser-se mais rígido na sua implementação, e obrigar todos a respeitá-las, ou podemos ser mais flexíveis, onde embora definindo regras, e em equipas com algumas particularidades, podemos adaptar e gerir a equipa, gerindo a individualidade, a personalidade e a irreverência de cada trabalhador. Foi o que aconteceu com este trabalhador (Rodman) que teve nos Bulls, alguém que o geria muito bem e tirava dele a maior responsabilidade e compromisso.

 

ACONTECIMENTO: Dennis Rodman, com características muito próprias, era reconhecido como fundamental.

ANALOGIA: Numa organização, todas as funções são importantes para o sucesso.

Rodam disse que "ninguém pode dizer nada de mal sobre mim como companheiro de equipa", Ele mencionou que a equipa tinha o enorme Michael Jordan, o grande Scottie Pippen, o grande Phil Jackson, mas bem ao seu jeito, achava que sem ele, não teriam tido o mesmo sucesso. Ele de facto era diferente e fazia coisas que os outros não faziam.

Phil Jackson referiu que Rodman foi mesmo a salvação da equipa, quando Pippen esteve ausente alguns meses por lesão e foi o verdadeiro suporte de Michael Jordan. Por sua vez, Jordan defende que Rodman foi dos jogadores mais inteligentes com quem jogou e que entendia o jogo como poucos.

A analogia deste cenário com as organizações, é que nas empresas todos os elementos são fundamentais, e todos desempenham o seu papel nos processos que as empresas definem, seja alguém mais estratégico ou alguém mais operacional, seja alguém do topo da hierarquia ou não, seja alguém que assume funções com maior ou menor relevo. Cada um é uma parcela do resultado final e deve ser reconhecido como tal.

André Teixeira (01.05.2020)

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THE LAST DANCE - EPISÓDIO #2:

ACONTECIMENTO: Scottie Pippen assinou um contrato de 7 épocas, e o clube nunca fez a revisão do o seu contrato.

ANALOGIA: Devemos procurar retirar o máximo dos nossos principais recursos, realizando para isso os ajustamentos possíveis e necessários.

Scottie Pippen, assinou com os Bulls um contrato de 7 anos (mais extenso do que o normal). O facto de assinar um contrato tão longo, deu-lhe a estabilidade que ele desejava, mas em contrapartida, o seu valor/época seria mais reduzido. Acontece que entretanto, na liga da NBA deu-se um boom nos valores praticados ao nível salarial, valor de contrações, etc, Pippen também se tornou num dos jogadores mais valiosos da Liga e importantíssimo para a equipa. Durante esta evolução, os Bulls nunca lhe reviram o contrato. Pippen chegou a ocupar a posição 122 dos jogadores mais bem pagos da Liga, o que para um jogador da sua valia e produtividade, era desolador. A relação de Pippen e Krause foi-se deteriorando, ao ponto do jogador tomar algumas decisões, que prejudicaram o clube e a ele próprio.

A lição desta situação, é que mesmo que legalmente uma organização não seja obrigada a realizar um determinado ajuste de condições a um trabalhador, devemos estar muito atentos à evolução dos trabalhadores, à sua produtividade, motivação e expectativas, principalmente quando se trata de um talento numa determinada área e com uma performance acima da média, sob pena de, ao invés de termos um ativo valorizado, produtivo e a lutar para atingir os objetivos do grupo, temos um ativo que pode começar a destruir valor e a desfocar dos objetivos, tal como aconteceu com Scottie Pippen.

Uma empresa pode ter regras quando se trata de promoções ou salários, mas para reter os melhores talentos, devemos estar disposto a pagar-lhes o que valem (caso haja essa possibilidade). Não nos podemos esconder atrás de alguma "política corporativa". Se alguém de uma equipa de trabalho realmente valer a pena, deve ser tratado de maneira justa e ser compensado de maneira que se faça sentir valorizado.

ACONTECIMENTO:

Jordan lesionou-se no pé na temporada 1985-86, e podia ter terminado a sua carreira desportiva.

ANALOGIA 1: Perante um problema, devemos definir muito bem o plano e sermos fiéis à sua execução.

ANALOGIA 2: Não devemos tomar decisões que condicionem o futuro, em detrimento do presente.

No início da época de 1985-86, Michael Jordan teve uma lesão no pé, que caso não fosse devidamente tratada, a equipa médica disse que o poderia afastar definitivamente dos campos. Perante tal cenário, a direção dos Bulls, conjuntamente com a equipa médica, definiu que na fase mais avançada da recuperação, Michael Jordan apenas poderia jogar 11 minutos por jogo, dando indicações claras ao treinador que, se os minutos de utilização fossem excedidos, seria despedido. O treinador cumpriu, mesmo no último jogo decisivo da época regular, de acesso ao play-off. Michael Jordan recuperou e teve o contributo que todos conhecemos para o sucesso dos vários campeonatos conquistados pelos Bulls.

Desta situação retiro 2 lições para o ambiente corporativo. A primeira é que quando definimos um plano, devemos assumir um compromisso de o executar, mesmo sabendo que mediante as circunstâncias, esse plano poderá ter de ser ajustado, mediante avaliação de cenários. A segunda lição é que nas tomadas de decisões, devemos ter cuidado redobrado, para não tomarmos decisões no presente que coloquem em causa o futuro dos seus recursos e da organização, mesmo que essa decisão não seja proveitosa no curto prazo.

 

ACONTECIMENTO: Jerry Krause realizou contratações e ajustes à equipa, realizando trocas de jogadores, equilibrando-a e criando mais condições para poder lutar por títulos.

ANALOGIA: Devemos ajustar os nossos seus recursos, tendo em consideração os objetivos definidos.

No início da era de Michael Jordan, a equipa dos Bulls tinha diversas debilidades, e mesmo antes da chegada de Jordan, os Bulls eram considerados uma equipa medíocre. O processo de construção da famosa equipa de Chicago, iniciou-se com a escolha de Michael Jordan no draft de 1984, mas continuou ao longo dos anos seguintes, através da contratação de novos jogadores e através da troca de jogadores com outras equipas. As mais relevantes, foram as contratações de Scottie Pippen e Horace Grant e também a troca de Oklay por Bill Cartwright, e mais tarde outras contratações como Rodman, Kucoc, entre outros. Resumindo, Jerry Krause tinha a missão de criar uma equipa forte, que podesse lutar por títulos, e consegui-o.

O que se pode retirar desta situação, como lição e boa prática, é a preocupação constante que devemos ter quando estamos como gestores e líderes de um projeto ou de uma empresa. A importância de avaliarmos os recursos que temos, se os podemos otimizar, e acima de tudo se esses recursos nos garantem ou aproximam do alcance dos objetivos definidos. Sabemos que por vezes, não existem mais condições de melhorar os recursos, mas essa deve ser sempre o nosso foco e preocupação.  

André Teixeira (28.04.2020)

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THE LAST DANCE - EPISÓDIO #1:

 

ACONTECIMENTO: Jerry Krause quis salientar que o mérito do sucesso não era apenas da equipa e dos jogadores.

ANALOGIA: Não ter problemas em reconhecer o mérito das equipas de trabalho, e muito menos queremos desviar o mérito para nós.

Jerry Krause, era o diretor geral dos Chicago Bulls, que construiu grande equipa da década de 90. No entanto, Krause procurava a luz dos holofotes, reclamava por créditos, reconhecimento e mérito. Acontece que a equipa tinha muitas e bons ativos, sobre os quais recaiam todas as atenções (Jordan, Pippen, Rodman e o próprio treinador Phil Jackson). A dada altura, Krause fez algumas declarações, dando a entender que não eram só os jogadores que ganhavam campeonatos e isso gerou mal-estar e instabilidade dentro do grupo. Alguns comentadores, disseram que Jerry Krause não lidava bem com o facto de ter sido ele a construir a equipa e os méritos recaíssem apenas sobre os jogadores.

Transpondo isto para as empresas, a lição passa pela importância de gestores e empresários não terem problemas em reconhecer o mérito das suas equipas e reconhecer que dentro de uma empresa e das equipas que constroem, os colaboradores diretamente relacionadas com o negócio e com a operação, possam ser os grandes motores do sucesso da empresa. Obviamente o todo é que faz a força nas organizações, mas são eles que materializam aquilo que alguém estrategicamente idealizou. Não se deve levantar ou colocar em causa esse mérito quando a equipa tem sucesso e atinge objetivos, mesmo que por vezes, esse questionamento não seja mal intencionado, como possa ter sido o caso de Jerry Krause.

 

ACONTECIMENTO: Jerry Krause quis reconstruir a equipa, no “meio” da dinastia dos Bulls, começando pelo treinador.

ANALOGIA: Não dispense um funcionário, que é líder, competente e atinge os resultados, sem avaliar as consequências.

Jerry Krause merece muito crédito por ter criado uma equipe forte, mas mais uma vez está no meio da polémica. O diretor geral decidiu que estava na altura de renovar a equipa e começar do zero. Muitos críticos, consideram que o seu ego falou mais alto, e que ele pensava ser o cérebro de todo aquele sucesso.

Neste processo, começou por comunicar ao treinador Phil Jackson que aquela seria a sua última época à frente da equipa, dando origem ao tema que deram aquela época – “The Last Dance”. Jerry Krause esqueceu a importância the Phil Jackson, a sua liderança e a fidelização que a equipa tinha para com ele. Phil Jackson era um dos melhores treinadores da liga, tinha resultados, era adorado pelos adeptos e tinha toda a equipa com ele, nomeadamente o elo mais forte: Michael Jordan.

Neste caso, claramente Jerry Krause, não só não tomou uma boa decisão, uma vez que não haviam razões para não manter aquele trabalhador, como não soube gerir esta decisão perante a equipa, que ficou do lado do treinador, ao ponto de Michael Jordan assumir a posição de que não continuaria se Phil Jackson saísse. Resultado: uma péssima gestão sobre a estratégia da equipa e o consequente agravar do clima que se vivia no interior do clube. Se haviam razões para a não continuidade, Jerry Krausse nunca o comunicou e esclareceu.

Neste caso a lição é a de que devemos avaliar muito bem as tomadas de decisões, medir consequências, principalmente quando envolvem os principais ativos das organizações, ou seja, as pessoas, nomeadamente quando são profissionais, competentes e atingem resultados. Para além disso, as decisões que envolvam equipas de trabalho, os diversos elementos do grupo devem ser envolvidos e deve haver a preocupação em gerir a comunicação a fazer ao grupo.

ACONTECIMENTO: Jerry Reinsdorf aceitou a decisão de Jerry Krause sobre a renovação da equipa.

ANALOGIA: Uma Administração deve confiar no seu diretor geral e tem que lhe dar autonomia para tomar decisões.

Quando Jerry Krause decidiu que estava na altura de renovar a equipa e tricar de treinador, o dono maioritário dos Bulls (Jerry Reinsdorf) poderia ter optado por várias decisões. Uma delas seria não ter aceite a decisão e forçar a que o treinador se mantivesse, no entanto, caso tivesse optado por essa decisão, estaria a tirar autonomia ao seu diretor geral e a enfraquece-lo ainda mais na sua posição já fragilizada no clube. Poderia ainda, de certa forma tentar convencer o diretor geral a mudar de posição.

A decisão de Jerry Reinsdorf, foi, apesar de considerar que “queria que o Phil voltasse a treinar a equipa”, aceitou a posição de Jerry Krause.

A lição aqui é sobre a relação entre uma Administração e uma Direção Geral, que tem de ser de confiança e de autonomia nas decisões e gestão da equipa. Caso contrário, perdendo-se confiança nas decisões, as posições fragilizam-se e perde-se o que de melhor tem de haver entre estas 2 partes de uma empresa: confiança e autonomia, mesmo sabendo que nada é igual de organização para organização. Quem já trabalhou numa destas 2 funções, sabe a importância disto mesmo.

 

ACONTECIMENTO: Dean Smith recomendou que Michael Jordan se tornasse profissional mais cedo.

ANALOGIA: Não retenha o seu maior talento, se não conseguir estar ao seu nível.

 O ex-treinador de Michael Jordan na Universidade da Carolina do Norte, Dean Smith, aconselhou-o a não se manter na equipa no final do seu 3.º ano, e a seguir a uma carreira profissional, optando pelo Draft da NBA.

Porque razão diria um treinador ao seu melhor jogador para sair mais cedo? Porque no seu entender era a coisa certa a fazer, tendo em consideração que ele se poderia desmotivar, sabendo que teria qualidade para estar na NBA.

Também para as empresas, a lição é que não se deve reter os melhores talentos, se não tivermos algo para lhes “oferecer”. Se um ótimo funcionário deseja abraçar novos desafios, os bons líderes devem incentivá-lo. Eles não devem retê-lo, sabendo que provavelmente dentro de algum tempo a sua insatisfação levará a desmotivação e à quebra de produtividade.

Não me estou a referir à importância de reter talento na organização, se houver capacidade interna para lhes lançar desafios, novas funções, progressão de carreira. Refiro-me a situações em que não existem essas hipóteses desafiadoras para esse funcionário, sendo prejudicial para ambos.

André Teixeira (26.04.2020)

#10 EPISÓDIOS = 10 ANALOGIAS

Não é de agora, que a analogia entre o Desporto e a Gestão se estabelece, transportando-se muitos casos e bons exemplos do desporto, para a realidade da gestão das empresas.

Sempre admirei e idolatrei o Michael Jordan, o maior basquetebolista de sempre e por muitos considerado o maior desportista de todos os tempos, mas esta admiração não se deve apenas às suas habilidades e capacidades técnicas, mas sim, por aquilo que sempre admirei nele, como a sua persistência, ambição, a sua capacidade de liderança, também o seu exemplo fora dos campos, entre outras.

A mais recente série documental “The Last Dance” faz o relato da carreira de Michael Jordan e dos Chicago Bulls dos anos 90. Estando focada nos Bulls e em Michael Jordan, vai certamente trazer-nos muitas analogias entre o que acontece no Desporto e o que acontece no mundo empresarial.

Por serem para mim, duas áreas de grande paixão, não é de agora que tendo a estabelecer esta analogia entre ambas, e neste sentido, decidi para os 10 episódios que estão previstos, retirar de cada episódio, o que em minha opinião mais se destaca e se relaciona com a Gestão, com os seus exemplos, lições e boas práticas.

Vamos ver no que dá.

André Teixeira

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